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20 de Abril de 2024

Canibalismo e alucinações são alguns dos efeitos de novas drogas disponíveis no mercado

São substâncias que podem gerar epidemia semelhante à do crack

"Apocalipse Zumbi", o filme, foi nele que pensei quando li essa reportagem. Imagine se essa nova droga tenha um uso tão "comum" quanto o do "crack" no Brasil. Certamente não poderíamos nem passar perto de um local que fosse parecido à Cracolândia, pois seríamos, literalmente, comidos vivos!

A Reportagem do R7 13/5/2015 às 00h30

Debaixo de um viaduto, em plena luz do dia, um homem se aproxima de um morador de rua idoso que cochila depois do almoço. Com movimentos rápidos, morde, mastiga e devora os olhos, bochecha, nariz e boca da vítima. Para evitar que a presa se defenda, o rapaz esmurra seu peito e lhe quebra uma costela.

O que parece ser o ataque de um canibal em um filme aconteceu de verdade em Miami (EUA), em 2012, e foi fruto da reação à ingestão do Cloud Nine, uma das drogas que vêm se popularizando no Brasil e preocupando médicos e familiares de jovens que ainda constituem a parcela mais expressiva de usuários em todo o mundo.

Os nomes dos entorpecentes da moda lembram itens do catálogo de uma loja esotérica — sais de banho, incenso do mal, pandora, spice, citron. E, embora divirjam nas formulações e ação alucinógena, em um aspecto eles são muito parecidos: os efeitos devastadores no organismo.

Canibalismo e alucinaes so alguns dos efeitos de novas drogas disponveis no mercado

O comportamento canibal de Rudy Eugene, por exemplo, que mastigou vivo Ronal Poppo nos Estados Unidos, é típico das catinonas sintéticas, derivados da anfetamina produzidos junto com uma planta chamada khat, nativa da África oriental.

Quem usa este tipo de droga — que tem apresentação em forma de cristais (daí os tais sais de banho que batizam a maioria dos modelos vendidos no Brasil) ou pó similar à cocaína — sente, em um primeiro momento, um aumento considerável na libido e na sociabilidade. No entanto, poucos minutos depois, já é invadido por um quadro de agressividade incontrolável, acompanhado de psicose grave que gera alucinações severas, como no caso do ataque americano.

Para a psiquiatra Fernanda de Paula Ramos, especialista em dependência química, a psicose é o traço mais perigoso da droga, que é vendida na internet em sites estrangeiros por preços que variam entre R$ 250 a R$ 650 o saquinho com quatro gramas.

— As catinonas também são vendidas como sais de banho, fertilizantes ou repelentes de inseto, numa tentativa de mostrar que são inofensivas e que têm outra finalidade. As mais comuns são a mefredona, a metilona e o MDPV, todas proibidas no Brasil desde 2012. Podem ser cheiradas, usadas via oral ou injetadas, e não são detectáveis na urina. Por isso, os pacientes chegam à emergência e nós, médicos, não temos como ter ideia de que usaram isso, a menos que eles nos digam.

Vendidos como parentes industrializados da maconha, os canabinoides sintéticos constituem outra categoria também capaz de arrasar corpo e mente dos usuários. Causam, entre outros sintomas, quadros de infarto, AVC, danos renais, crises de pânico, psicose e até mesmo a morte.

— Temos relatos de colegas que trabalham em pronto-socorro que dão conta de que houve um aumento de 30% nos atendimentos em relação ao que acontecia apenas com a maconha. Trata-se de uma designer drug, que tem como única finalidade “dar barato”, ser uma droga de abuso. Também é vendida na internet, e traz no rótulo a informação de que não é própria para consumo humano, a fim de burlar fiscalização.

Ficou famoso no mundo todo o caso de Connor Reid Eckhardt, um jovem americano de 19 anos que morreu em junho de 2014 depois de dar uma única tragada em um cigarro feito de maconha sintética. Nos Estados Unidos, a droga é vendida livremente como incenso em lojas de conveniência, e custa cerca de R$ 40.

Ao chegar já em coma ao serviço de emergência, Eckhardt confundiu os médicos, que não conseguiram fechar um diagnóstico baseados apenas nos sintomas. A solução do caso veio porque um pacote de spice — nome mais comum da droga — foi encontrado no bolso do rapaz. Por causa do inchaço no cérebro causado pelo uso da substância, o jovem teve a morte cerebral decretada ainda no mesmo dia.

De acordo com Fernanda, 91,3% dos usuários de canabinoides sintéticos também fazem uso da maconha. A psiquiatra conta que os primeiros dados sobre a existência do spice são de 2004, e que até 2014 já havia o registro de novos 134 canabinoides sintéticos — destes, 101 criados só no ano passado.

— Os fabricantes mudam um átomo, uma única molécula da composição, e aí, com isso, a substância não consta mais na lista de proibidas. Há histórias de carregamentos da droga apreendidos, mas em que nada pôde ser feito.

Embora a causa da morte do estudante Victor Hugo dos Santos tenha sido afogamento, a sequência dos fatos que levaram ao óbito no famoso caso — acontecido na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo) em 20 de setembro do ano passado — teve como estopim o consumo de outra droga famosa entre os jovens, o NBOMe.

Alucinógeno potente, descrito muitas vezes como um LSD sintético, o NBOMe gera desde uma leve confusão até mesmo a morte. De acordo com o psiquiatra Leonardo Paim, uma estimativa global recente feita via internet apontou que 11% dos frequentadores de casas noturnas conheciam a droga.

— Ele causa formigamento primeiro na língua e depois no corpo inteiro, tremores, aumento da atividade psicomotora, sintomas alucinatórios clássicos dos psicodélicos, alucinação auditiva e visual e distorção do tempo.

Embora os números de usuários ainda sejam vistos como pouco expressivos, Fernanda reforça um dado preocupante, que pode apontar o rumo do consumo das drogas da moda no Brasil e no mundo.

— As pessoas podem não lembrar, mas, quando o crack surgiu, apenas 1% da população fazia uso da substância. Hoje, como se sabe, a situação é bem diferente.

Fonte: http://noticias.r7.com/saúde/novas-drogas-causam-alucinacoes-canibalismoepodem-levaramorte-13052...

Comentários: Elane Souza OAB-CE 27.340-B

Foto/Créditos: Thinkstock e R7 notícias

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17 Comentários

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O mundo esta com um excesso de 6,5 bilhões de pessoas que são perfeitamente descartáveis, isso se analisarmos de uma forma bem tolerante e caridosa com os 500 milhões restantes. Essa analise, que não é minha, é por demais condescendente. Acredito que a descartabilidade atinja patamares de 80 %, sendo que os 18 % restante são para dar suporte aos 2 % necessários (vide Elysium). As drogas, o álcool, as pestes. guerra e a fome contribuem para que esse equilíbrio seja alcançado.

LIBERDADE TOTAL, DE TUDO PARA TODOS

Em breve todos estarão bem e na Santa Paz do Senhor. continuar lendo

Verdade gente demais, para poucos recursos naturais

Ainda bem que muitos humanos são inférteis e homossexuais no sentido lato do termo.

Acredito que na nova ordem mundial a procriação será muito mais controlada.

Cada indivíduo será único não apenas números!

A população irá cair para mais de 90%.

Não haverá filas, miséria, pobreza, guerras e o caos social que vivemos hoje. continuar lendo

Espero que esse equilíbrio não seja alcançado com pessoas drogadas como zumbis (se essa droga faz o que diz) eu é que não quero ser devorada viva...., mas tudo isso não passa de um grande exagero da mídia...eu espero.
Obrigada por comentar
Abraço
Elane continuar lendo

Prezada Elane,

Estão criando diversas drogas com intuito de massificar criando uma população de usuários para enfim colocar o tráfico sobre total controle.Em todos os países em desenvolvimento, os químicos responsáveis para criar e desenvolver, são altamente remunerados o que explica a certa altura, que enquanto tiver usuários e a mídia dando ênfase á proibição,estamos fadados á criar zumbis.Acontece é que nos países andinos onde as folhas alucinógenas são plantadas, seria para uso medicinal e cultural.Aproveito para informar que existe um chá que pode ser utilizado por diversas pessoas que se chama Ayahuasca (Santo Daime) onde utilizei com intuito de autoconhecimento trazendo benefícios inimagináveis..Apenas para divulgar, o que acontece é falta de atividades para a maioria da população que depois do bolsa família, somente pensam em procriar sem pensar nas consequências depois.Enquanto tivermos um governo que não promovem centros educacionais integrais para os jovens só resta o tráfico e os zumbis. continuar lendo

Boa tarde José Francisco
Esse chá que você falou aqui no comentário eu já vi muito falar dele....tem uma "religião" na Amazônia que passou a ser chamada de Santo Daime porque usa essas folhas em seus rituais...., inclusive uma filha de uns amigos amazonenses participa dessa "seita" e toma esse chá...., diz ela que tudo bem, não vicia não...., aí já não sei..., nem quero experimentar, mas para quem queira a amizade é a mesma...rsrsr
Tenha uma boa tarde
Abraço continuar lendo

Eu por exemplo, não usava como "Religião" mas sim como uma bebida com fins terapêuticos.Aliviava minha ansiedade, abster-de bebidas com teor de álcool, entre outras enfermidades do cotidiano.Recomendo que faça uma breve experiência e tire suas conclusões.Repito: Não indico ninguém a utilizar deliberadamente, somente com auxílio de um mestre.Se houvesse uma liberação para uso terapêutico com acompanhamento de um especialista, haveria danos menores.
Existem outras drogas como mescalina, morfina e substrato da cocaína em diversos medicamentos.Somente o laboratório com pesquisas e experimentos lucram "Bilhões" com os extratos extraídos destas substâncias auxiliando nas enfermidades da população. continuar lendo

O mais revoltante é que quando alguém morre por causa desses canabinoides sintéticos, os ativistas contra a maconha intencionalmente e de má-fé logo relacionam o óbito com o uso da maconha in natura. continuar lendo

Bem, não me resta outra manifestação que não seja a de apoio a pena de morte para traficantes, liberação do uso de armas para os cidadãos comuns se defenderem , investimento em educação desde a infância no conhecimento dos problemas das drogas e investimento em hospitais especializados no tratamento. continuar lendo